Design em Empreendimentos Populares é um projeto de extensão, o que significa que é dirigido para a comunidade não acadêmica, tendo recebido três bolsas entre 2007 e 2008 e duas entre 2008-2009. O projeto está estruturado a partir da composição de uma rede multidisciplinar que integra ensino, pesquisa e extensão.
Público-alvo: Empreendedores das Incubadoras Afro Brasileira e de Empreendimentos Populares do Instituto Palmares de Direitos Humanos
O ponto de partida desse projeto foi uma demanda formulada por dois empreendedores destas Incubadoras para a inserção do Design em seus empreendimentos. Estes empreendedores, ao apresentarem esta demanda, nos pediram para entrar em contato com a Incubadora Afro Brasileira e falar com o diretor e a gerente da mesma. Nosso primeiro encontro na Incubadora foi em agosto de 2006. As Incubadoras tinham 10 cadeias produtivas nessa época sendo que as cadeias produtivas de artesanato e vestuário já estavam atendidas nas suas questões sobre design.
Num encontro com os facilitadores das Incubadoras em outubro de 2006 ficou estabelecido que num primeiro momento as cadeias produtivas de Turismo, Gastronomia e Cultura eram as menos atendidas em termos de design.Após uma análise preliminar do processo de incubação dos empreendimentos dessas dez cadeias produtivas percebemos que a cadeia produtiva de prestação de serviços demonstrava alguns pontos que mereciam a nossa atenção. Essa análise foi realizada pela leitura das fichas dos empreendedores.
Durante o período de levantamento das fichas dos empreendedores, os estudantes que realizaram essa parte da pesquisa, classificaram os empreendimentos de acordo com a fase do empreendimento no processo de incubação. Este processo tem duas fases: projeto e negócio. A passagem para a fase de negócio é posterior à elaboração do plano de negócios. Os empreendedores que participaram das oficinas estavam na fase de negócio, portanto nossa proposta procurou aperfeiçoar esse plano, contribuindo com o mesmo e agregando valores de design aos negócios desses empreendedores
Selecionamos então os empreendimentos das cadeias produtivas de Turismo, Cultura, Gastronomia e Prestação de Serviços e realizamos entrevistas com cada um desses empreendedores. Foram entrevistados 38 empreendedores das duas Incubadoras. Essas entrevistas foram realizadas no Rio de Janeiro e em Nova Iguaçu e foram agendadas pelas incubadoras. Durante essas entrevistas procuramos perceber qual era a expectativa deles sobre o projeto e apresentar a nossa visão sobre design. Utilizamos para isso os casos do EMUDE para mostrar que o design era mais do que programação visual e projeto de produto, que é a compreensão primeira que se tem da nossa atuação. Procuramos nessas entrevistas compreender a cadeia produtiva a partir da visão do empreendedor, do relato que eles nos fizeram das suas experiências.
Entendemos que existia nesses empreendimentos uma tecnologia intelectual de partida que diz respeito àquilo que o empreendedor traz no corpo do seu plano de negócios e que tem ligação com a sua experiência de vida e de trabalho. Consideramos que o reconhecimento dessa tecnologia contribuía para o resgate da identidade cultural e social do empreendimento e possibilitava nivelar as expectativas dos empreendedores quanto às possibilidades de aprimoramento do potencial que cada um trazia consigo.
A partir daí elaboramos um material didático considerando a seguinte realidade: uma vez que cada cadeia produtiva estabelece parcerias e estratégias específicas, o material didático proposto deveria possibilitar uma abertura para cada uma das realidades desses empreendimentos. Portanto o material sofreu alterações durante as oficinas, de acordo com a experiência trazida pelos empreendedores. Em função disso a diagramação do mesmo só pode ser feita ao final das oficinas.
As oficinas ocorreram entre setembro e dezembro de 2007. Ao final foi aplicado um questionário para avaliar os resultados alcançados. Este questionário está em anexo do material didático. Em dezembro foi realizado um evento no Forum de Ciência e Cultura da UFRJ que marcou simbolicamente o início da inserção do Design nesses empreendimentos, num processo de co-autoria.
Os principais resultados esperados pelas Incubadoras foram a elaboração de cenários de design e de plataformas que habilitassem as cadeias produtivas neste campo de conhecimento. Estes resultados fazem parte do material didático diagramado, na forma de cenários, no corpo do material, e de um DVD que foi encartado no mesmo.
Quanto aos resultados esperados pelos empreendedores, as expectativas iniciais eram relativas à questão da identidade visual, ao aumento das vendas, ao aumento das possibilidades de recursos para a realização dos seus projetos. Vimos que as oficinas contribuíram para reestruturar os projetos existentes e estimular a realização de novas práticas empreendedoras. Houve aumento da autoconfiança dos empreendedores na exposição das suas propostas e agregação de valores de design no que diz respeito principalmente à visualização de estratégias e parcerias, além da visualização das cadeias produtivas na forma de cenários.
Apoio: Este projeto tem o apoio da FAPERJ (Financiadora de Estudos e Projetos do Estado do Rio de Janeiro) desde 2006.
Fale com o LABDIS
Av. Pedro Calmon, s/n°. Prédio da Reitoria. 6° andar, sala 624. Cidade Universitária. Ilha do Fundão. Rio de Janeiro, RJ. CEP 21941-590.
Tel.: + 55 21 3938 1689 Fax: + 55 21 2598 9590 | Email: labdis.ufrj@gmail.com
Apoio